Era seu aniversário de 24 anos.
Já passava das 23 horas quando ela refugiou-se em seu quarto.
As pessoas lá fora ainda comemoram.
A social já havia sido feita, em contrapartida seu pessoal encontra-se despedaçado.
Enquanto os outros brindavam por sua felicidade a uma parede de distância, ela buscava, sozinha em seu quarto, embriagar-se com suas lembranças. Saudosas lembranças...
Um vento bate na porta fazendo uma fresta.
Em cima da escrivaninha, a foto. Um lampejo incide naquele rosto. Razão de tanta saudade, sofrimento e amargura.
“Ah se ele estivesse aqui”. Tudo seria diferente! Estaríamos juntos comemorando com os outros!”
Mas ele não está.
A mesma mão humana que ajuda no parto é, muitas vezes, a que tira a vida.
Ele foi tirado impiedosamente de seu convívio. Ela já não pode vê-lo, tocá-lo e tampouco sentir aquele abraço fraterno de muitos aniversários passados juntos. Vinte e três ao certo.
Era o primeiro aniversário longe dele.
Eram gêmeos. Eram não, são, pois a morte pode subtrair muitas coisas, mas as vivências e lembranças de tudo que passaram juntos, isso ela nunca arrancará.
Debruçada em sua janela, ela contempla o céu.
“Que esplêndido”, sussurra.
Ela busca em cada estrela o brilho dos olhos do seu irmão, querido irmão.
Na esperança de um reencontro.
E na certeza da saudade, eterna saudade...
By Érid Evangelista
Lindo Tia Ad....
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